domingo, 20 de outubro de 2013

Amor em Ação

Não tenho bem recordado exatamente as palavras de Albert Einstein, que quero começar essa prosa, mas a essência deste, vou transpor, com minhas palavras:

" Algumas pessoas vivem suas vidas não acreditando em milagres...
Outras, reconhecem que tudo é um milagre".

Neste meu engajamento social humano, relato o ontem, que hoje, já é um sonho...
Entre amigos, fomos até o bairro da Várzea, em Recife, participar de uma brincadeira de cultura popular, chamada Boi, no caso, fomos brincar com o Boi da Mata. Mata esta com bica, cachoeira, caminhos íngremes, barrentos, ricos em vida e silêncio. Neste sonho - ontem - tivemos a honra de brincar e ouvir as histórias do mestre Biu do Ganzá, herdeiro desta brincadeira em Recife, já no alto dos seus mais de 70 anos de história vivida em sua vida humana.

Mergulhando no mergulhão do brinquedo, dei um jeito no pé e fez sangue...coisa pouca, mas fui em direção a algum local que pudesse arrumar um pouco de gelo. Só encontrei um pouco de água gelada e guardanapo de papel.
Quando a magia do "milagre" aconteceu:
Uma pessoa, desconhecida, na parada do ônibus, me alcança um "bandaid"...
Pense?
Nunca vi, não sei o nome, a procedência, o que fez do seu dia, para onde estava indo, mas simplesmente naquele momento mágico fomos "irmanados pelo coração", e ele se apresentou simplesmente como um SER HUMANO!

Pequenos milagres podem tornar nossas vidas mágicas, onde cada passo no caminho revela oportunidades de ver e sentir, acreditar que realmente somos todos irmãos e irmãs de caminhada humana em um planeta que dança no universo.

A lua cheia, o Boi, o Mateus, a Catirina, o Mestre, o povo, os brincantes, a fogueira...
Tudo isso, um grande milagre, irradiando luz nos espaços vazios, em meio ao cortejo pelas ruas do bairro.

Sinto dessa forma, que realmente tem algo de mágico nestes tempos vividos coletivamente!!

Escrevi hoje, por estar na marca das 1000 visitações deste blog, surgido da necessidade de transformar meus conflitos básicos da vida em poesia, em prosa, e em canção!

E desta forma, mais um sonho dançado neste baile da vida, que segue...

Foto retirada da página do Boi da Mata no Facebook



segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Vivendo pra Amar

Bem, este baile segue...
Cenas novas, velhas repetições e alguns saltos...
Novas antigas amizades surgindo, conhecidos sendo conhecidos. Afastam-se... aproximam-se... tal como no baile é.
Nesta vida, faço-a sempre o meu passeio público, ao mesmo tempo, faço dela o meu caminho só, único!
Nas minhas idas a praia, interajo sempre com os frequentadores, e é impressionante como me sinto integrada ao povo de Olinda. Sempre brinco com as crianças, converso com os adolescentes que me chamam de "tia", com os adultos e vovós.
Domingo não foi diferente:
Chego à praia 7h30, e os 3 times de futebol já estão correndo, na super quadra compartilhada que é a areia da praia.
Como de costume, acho um canto e fico...eu e minha bike. Alongo-me, leio, tomo sol, banho, desenho na areia e tal. Sempre arrumo companhia pra desenhar, com lápis de concha...os adultos primeiro olham estranhando, mas depois, relaxam e curtem a "tia" brincando com os pimpolhos.
Brinco porque amo! Vivendo pra Amar.
Na interação com o vendedor de picolé, vejo que o senhor está todo modernoso, com um auto-falante que fala o sabor dos picolés, e o valor (50 centavos) atraindo a freguesia por onde passa. Fui na sua direção pra pegar o meu de cajá, e perguntei: onde vou deixar meu saquinho? Tu tem um saco de lixo? Seria legal né? Já carregar o saco para os fregueses não largarem na areia da praia seu lixo! E ele disse: passe pra cá! Daí aproveitei e peguei da mão de todos que compraram naquele momento e deixei na mão do vendedor. E começou nova pauta, com dois adultos: Começamos a conversar sobre que somos nós mesmos que sujamos a praia, e não é o POVO!  O Povo somos nós mesmos!!! Aí pronto, mais uma conversa começou.
Converso porque amo! Vivendo pra Amar.
Papo vem, papo vai... Tinha também os "feras da pipa", empinando lá no céu, loooonge, quase nas nuvens... 
Os jovens que me chamaram de "tia"... Óbvio que chiei e disse: pô, perai... tia??? E eles, espertinhos, disseram: é que chamamos de "tia", porque fica mais próximo, é como se fosse da família...kkkkkk... adolescentes espertos!!!! hahahahahha... Disse pra eles: bom, então vocês são meus sobrinhos, é isso???
Cuidei das roupas deles enquanto iam brincar na água... Sobrinhos...
Interajo porque amo! Vivendo pra Amar.
E assim, me despeço da minha praia, da minha família, dos meus irmãos e irmãs humanos, sempre acreditando que a humanização do ser humano é o caminho da nova cultura, do cuidado, do afeto, da ternura entre pessoas aparentemente desconhecidas, e ao mesmo tempo, tão próximas... 
Ilustres seres que são capazes de se irmanar pelo coração.
Apenas o Amor em Ação!
Vivendo pra Amar!